quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Nada com nada

Hoje acordei pensando um pouco na música do Djavan, Açaí. Ai fiquei pensando e pensando e acabei fazendo uma interpretação pessoal da música. Claro que pode estar completamente errada, provavelmente está... Mas sei lá, é legal abrir os pensamentos as vezes para o vento que acaba sendo a rede toda. E essas coisas nada com nada.

A letra:

Solidão de manhã,
Poeira tomando assento
Rajada de vento,
Som de assombração,
Coração
Sangrando toda palavra sã


A paixão puro afã,
Místico clã de sereia
Castelo de areia
Ira de tubarão, ilusão
O sol brilha por si


Açaí, guardiã
Zum de besouro um ímã
Branca é a tez da manhã


Açaí, guardiã
Zum de besouro um ímã
Branca é a tez da manhã


O que EU penso dela:

Primeiro eu pensei que poderia ser algo ligado a fragilidade das coisas e das palavras, assim como das palavras coisas. No começo da música (tanto melodia como letra) tudo é suave (a melodia mantém-se suave) e um pouco frágil:

 Solidão de manhã,
Poeira tomando assento
Rajada de vento,

Tudo bem, então de uma certa forma ele começa a perturbar a paz, com uma escolha certa de palavras ele tira um frágil equilíbrio do que vinha sendo até então:

Som de assombração,
Coração
Sangrando toda palavra sã

Está tudo certo e então PAH! Nada mais é certo. As palavras são só palavras e mais nada. O que é uma palavra perante o sentimento? O distúrbio, o desassossego da alma.

Então depois, ele vem e desconstrói a paixão (um sentimento avassalador que pode muito bem ser o representante de todos os outros sentimentos) em várias palavras, MAS no fundo diz que TUDO sente.

A paixão puro afã,
Místico clã de sereia
Castelo de areia
Ira de tubarão, ilusão
O sol brilha por si

As coisas palavras são lindas metáforas e se desconstroem em outras mil palavras coisas e o sol continua brilhando sobre todas as coisas que existem. Tudo continua até que é de manhã outra vez, pura e branca, desconstruída no simples.

Açaí, guardiã
Zum de besouro um ímã
Branca é a tez da manhã

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Ser

Eu quero ser um pouco de mim
E mais um pouco de você
Quero ser aquele que passa
Andando rápido do outro lado
Dessa calçada fria, descalça
Sem grama, sem orvalho, areia
Quero ser o céu azul e o fogo
Das chamas que dançam a noite
Ah, noite. Quero ser o brilho
Da prataria da sua casa.
Eu quero ser um pouco de mim
E mais um tanto de você
Aquele que passa do outro lado
Do oceano e pensa despreocupado
No que não vai acontecer.
Eu quero ser os seus sonhos
Os meus sonhos e o labirinto
Que ninguém aprendeu a andar
Não sabem sair, só sabem sentar
Na esquina da vida. Nossa.
Nossa que vida, minha vida
Quero ser você e espero
Que um dia queira ser apenas
Um pouco de mim.